A importância da participação de Moçambique no GBIF foi tema de debate num workshop realizado no dia 26 de Maio em Maputo, co-organizado pela Universidade Eduardo Mondlane (Departamento de Ciências Biológicas) e pelo Nó Português do GBIF. Cerca de 40 participantes provenientes da universidade, museus de história natural, institutos de investigação e ONGs moçambicanas ficaram também a conhecer melhor os objetivos da rede GBIF, o seu modo de funcionamento e os requisitos e processo de implementação de um nó nacional.
Na abertura do workshop, Guilhermina Amurane, em representação do Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER), fez referência à importância da existência de plataformas para a partilha de informação e apoio à gestão da biodiversidade. Tim Hirsch, diretor adjunto do GBIF, salientou o modo como o GBIF agiliza e facilita a mobilização e partilha de dados de biodiversidade. Salientou ainda a importância, não só da obtenção de novos registos de biodiversidade no terreno, como a de disponibilização de dados já existentes. Emílio Mosse, Diretor da Faculdade de Ciências da UEM referiu a capacidade e massa crítica existente na UEM, que é a universidade mais antiga do país.
Após uma introdução geral ao GBIF feita pelo seu diretor adjunto, que incluiu uma referência à informação sobre biodiversidade já existente através do portal www.gbif.org para Moçambique, foi apresentado por Rui Figueira, coordenador do Nó Português do GBIF, o mecanismo que conduz à criação de um nó nacional, incluindo os requisitos, princípios e capacidades. Referiu também as várias instituições que podem realizar esse papel, incluindo as vantagens e desvantagens de cada solução para o bom desempenho da função de Nó. Esta apresentação foi baseada no guia Estabelecer um Nó de Participante do GBIF Eficaz.
Na parte dedicada à apresentação pelas instituições moçambicanas, várias instituições fizeram referência à atividade realizada, com enfoque particular na catalogação e gestão de dados de biodiversidade. Estiveram representados o Museu de História Natural, o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique, o Herbário e Jardim Botânico da UEM, o projeto BioNoMo, o Instituto de Investigação Pesqueira, e o BIOFUND. Houve ainda oportunidade para uma breve apresentação sobre o portal GBIF.org, nomeadamente a pesquisa e acesso a dados de ocorrência de espécies.
Na sessão da tarde, foi realizada uma discussão sobre o processo de criação de um nó moçambicano do GBIF, tendo sido abordadas as componentes de capacitação e funcionamento das instituições, oportunidades de financiamento, e o modelo de constituição do Nó. Foi, finalmente, decidida a criação de um grupo de trabalho sob a liderança da UEM, com participação das principais partes interessadas, que desenvolverá e implementará um roteiro de adesão de Moçambique ao GBIF, e implementação do Nó nacional.
Na sequência do workshop, realizou-se uma reunião no MITADER no dia 27 de Maio, onde Tim Hirsch (GBIF), Salomão Bandeira (UEM) e Rui Figueira (GBIF Portugal) foram recebidos pela Diretora Nacional de Ambiente, Ivete Joaquim Maibaze. A reunião teve como propósito fornecer informações sobre o processo de adesão do país ao GBIF, incluindo as vantagens de participação nacional. Por parte do MITADER houve uma boa abertura à eventual participação futura de Moçambique no GBIF, tendo sido solicitadas mais informações sobre a organização e modos de participação.
As apresentações e outros recursos estão disponíveis para descarregamento nos links abaixo.